Artrite Reumatóide

A Artrite Reumatóide é a artrite inflamatória crónica mais comum e afecta cerca de 1% da população. Tem maior incidência entre os trinta e os quarenta anos e é três vezes mais frequente na mulher que no homem. Apesar de ter causa desconhecida sabe-se que resulta de uma interacção complexa entre genes e o ambiente, levando à perda de tolerância imunológica.

Deve-se suspeitar de artrite reumatóide em pessoas que se apresentem com poliartrite inflamatória (inflamação simétrica de várias articulações, com dor, rigidez e limitação funcional, que agravam com o repouso). Apesar de atingir com muita frequência as pequenas articulações das mãos e punhos, pode atingir qualquer articulação, incluindo as da coluna vertebral. Para além das articulações, a artrite reumatóide pode atingir outros órgãos (como pele, pulmões e olhos, entre outros) e cursar com sintomas gerais como fadiga. O diagnóstico faz-se com recurso a uma história clínica detalhada, exame objectivo rigoroso e exames auxiliares de diagnóstico dirigidos.

Se o diagnóstico não for precoce e se não for iniciado tratamento adequado, as articulações podem ficar irreversivelmente danificadas, com perda de função e da qualidade de vida.

Do tratamento fazem parte medidas farmacológicas e não farmacológicas. Os fármacos modificadores de doença (em inglês DMARD – disease-modifying antirheumatic drugs), ao invés de aliviarem apenas as queixas, também atrasam a progressão da doença e, portanto, diminuem as sequelas a longo prazo. Este grupo de fármacos é heterogéneo e inclui diferentes comprimidos e fármacos injectáveis, desde medicamentos clássicos como o metotrexato, leflunomida, sulfassalazina, hidroxicloroquina, até aos DMARD ditos biológicos, como os anti-TNF, anti-IL6, rituximab, entre outros e biotecnológicos como o tofacitinib, baricitinib e outros que proximamente aparecerão no mercado, tendo evoluído muito no sentido de maior eficácia, baixo risco e comodidade da administração. Pontualmente poderão ser necessários outros fármacos para diminuir os sintomas, como anti-inflamatórios e corticoides. Em simultâneo com os fármacos referidos serão necessárias terapêuticas não farmacológicas de forma a fortalecer as articulações e diminuir o seu desgaste precoce. Em fases avançadas da doença pode ser necessária cirurgia para recuperar mobilidade.

É importante salientar que o tratamento adequado da artrite reumatóide diminui também o risco cardiovascular associado a esta doença.

São necessárias monitorizações periódicas de forma a ajustar a terapêutica face à actividade e evolução da doença que varia de doente para doente, pelo que o acompanhamento e tratamento personalizados devem ser privilegiados.