Artrite Psoriática

A Artrite Psoriática é uma doença inflamatória articular em pessoas com tendência para doença psoriática (existe uma certa predisposição familiar) e surge em cerca de 30 % dos doentes com Psoríase.

Na maioria dos casos a Psoríase aparece antes da doença articular (60-70%), mas pode aparecer depois das manifestações reumáticas (15-20%) ou aparecerem ambas no espaço de 1 ano (15-20%).

Aparece em cerca de 1 em cada 1000 pessoas, afecta de igual forma homens e mulheres e aparece mais frequentemente entre os 20 e os 40 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Faz parte do grupo das chamadas Espondilartrites, pode manifestar de várias formas diferentes, podendo existir as diferentes formas no mesmo doente:

  • atingimento axial ou espondilítico: inflamação das articulações sacro-ilíacas e da coluna, com dor e rigidez nas costas;
  • atingimento periférico:
    • a forma mais comum é a oligoartrite assimétrica, em que duas a quatro articulações estão envolvidas
    • forma pseudo-reumatóide tem mais do que cinco articulações envolvidas e é geralmente simétrica (como semelhante à artrite reumatóide);
    • atingimento das articulações interfalângicas distais;
    • artrite mutilante – artrite rapidamente deformante e destrutivas das articulações e, felizmente, muito rara;
    • dactilite - inflamação de um dedo inteiro: “dedo em salsicha”;
    • entesite e tendinites – inflamação dos locais onde os tendões e músculos se inserem no osso.

Os exames complementares de diagnóstico (análises e exames de imagem) são úteis não só para excluir outras doenças mas também para avaliar o grau de atingimento que a doença pode ter e a segurança para os diversos fármacos que podem ser utilizados para o tratamento.

Os doentes com doença psoriática devem ser avaliados na sua globalidade. É frequente coexistirem manifestações cutâneas, articulares, obesidade e outros factores de risco cardiovascular (hipertensão, alterações dos lípidos, etc) e o tratamento adequado passa por abordar todos esses componentes.

Do tratamento fazem parte medidas farmacológicas e não farmacológicas.

A manutenção de um estilo de vida saudável é fundamental: manter uma alimentação cuidada e manter hábitos de mobilização, reeducação postural e exercício físico adequado.

O tratamento farmacológico da artrite psoriática varia consoante a sua extensão e gravidade e pode variar ao longo do curso da doença (há alturas em que a doença está mais ativa do que noutras). O avanço científico nos últimos anos tem trazido opções de tratamento cada vez mais eficazes e com menores efeitos laterais de forma a poder controlar-se todos os componentes da doença no sentido de uma qualidade de vida superior. De uma forma sumária a terapêutica passa por anti-inflamatórios não-esteróides e fármacos modificadores de doença (em inglês DMARD – disease-modifying antirheumatic drugs),que não apenas aliviam as queixas, mas também atrasam a progressão da doença e, portanto, diminuem as sequelas a longo prazo. Este grupo de fármacos é heterogéneo e inclui diferentes comprimidos e fármacos injectáveis, desde medicamentos clássicos como o metotrexato e leflunamida, , até aos DMARD ditos biológicos, como os anti-TNF (Infliximab, Adalimumab, Golimumab, Certolizumab, Etarnecept), Secucinumab, Ustecinumab e biotecnológicos como o tofacitinib e outros que proximamente aparecerão no mercado, tendo evoluído muito no sentido de maior eficácia, baixo risco e comodidade da administração.